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Foto do escritorCentro de Defesa

MAB SE SOLIDARIZA COM POPULAÇÃO ATINGIDA PELO PROJETO LAGOAS DO NORTE


Com o objetivo de requalificação urbana e sócio-ambiental da região da Lagoa do Norte, projeto atingirá 18 mil famílias na capital piauiense Em Teresina (PI), atingidos e atingidas da Avenida […]



Em Teresina (PI), atingidos e atingidas da Avenida Boa Esperança estão em luta contra o Projeto Lagoas do Norte, que está sendo realizado pelo prefeito Firmino Filho (PSDB), com apoio do Banco Mundial.


Segundo a Prefeitura Municipal de Teresina, o programa visa à requalificação urbana e sócio-ambiental da região da Lagoa do Norte. Um dos objetivos é desenvolver o turismo na região, com a construção do Complexo Turístico e Cultural Encontro das Águas, ao lado dos Rios Parnaíba e Poti.


O Projeto atingirá 13 bairros de Teresina e deslocará mais de 18 mil famílias, entre elas, moradoras da Avenida Boa Esperança, uma das primeiras avenidas da capital, que foi constituída antes da criação da cidade de Teresina, há mais de 170 anos. Só nessa região serão atingidas mais de 3 mil famílias, que em grande parte são quilombolas.


A proximidade com os rios possibilitou uma série de práticas sócio-ecológicas de interação e co-produção entre os moradores desta região, gerando não somente fonte de renda e trabalho como a pesca, a agricultura e as atividades de oleira e ceramista, mas também produzindo entre os moradores maneiras diferentes de se constituir enquanto povo a partir das relações estabelecidas com a terra, argila, os peixes, as matas ribeirinhas, os rios e as lagoas.


Ao implementar o programa Lagoas do Norte, o Prefeito Firmino Filho (PSDB) desconsidera tudo isto, tratando os moradores como criminosos ambientais e expulsando-os do seu lugar de moradia.


Para os moradores, trata-se de uma política de segregação etnico-racial, que pretende expulsar a população pobre e negra da Zona Norte de Teresina, sem respeitar a vontade do povo de permanecer no seu território e manter seus modos de vida: as suas formas de trabalho, memória, cultura e as religiosidades constituídas no local há mais de 100 anos. Estima-se que só na Zona Norte existam mais de 200 templos religiosos de matriz africana, como: terreiros e congás de Umbanda e barracões de Candomblé que serão removidos para a implantação do plano de revitalização e (re)qualificação urbana.


Tudo isto nos leva a questionar: Lagoas do Norte para quê e para quem?


Originalmente publicado em: https://mab.org.br/2016/11/30/mab-se-solidariza-com-popula-atingida-pelo-projeto-lagoas-do-norte/

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